sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Rascunhos

Às vezes sinto uma vontade enorme de escrever, porém nada me vem a cabeça.

Penso em escrever das folhas que estão sobre a minha mesa de trabalho ou até sobre o trabalho que está acumulado na minha primeira gaveta da esquerda (mesmo porque, minha mesa só tem gavetas do lado esquerdo), mas a coisa não flui.

Aí desisto, mas desisto por cinco minutos. A vontade de escrever me domina. Abro o Word, aquela imagem branca começa a saltar meus olhos, meu Deus, que vontade de preenchê-la com as mais inúmeras histórias, idéias, pensamentos.
Mas novamente nada me vem a mente.

Paro e começo a pensar nas outras coisas que tenho para fazer. E nada.

Aí resolvo começar qualquer coisa.

Escrevo, apago.
Escrevo de novo. Não, não gostei.

De repente ouço meu nome. Saio do transe.

Minha chefe me enche de incumbências que não tem nada a ver com a profissão que quero exercer futuramente (afinal, creio que o estágio é para aprender coisas relacionadas à profissão que você escolheu), mas mesmo desgostosa, eu acato às suas ordens sem abrir minha boca.

Depois de um tempo, quando volto ao transe inicial, eis que encontro, rascunhos que talvez nunca serão publicados, ou sequer guardados, mas que talvez dariam um grande texto.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Inferno Astral

Não gosto de fazer aniversário, mas comemoro.
Só não gosto da parte do parabéns, cortar bolo, fazer pedido.

Aniversário é igual ano novo. Uma besteira.
Os pedidos nunca são atendidos, a roupa branca (no caso do ano novo) nunca funciona, sem contar que nunca consigo apagar as velas de uma vez só.

Essas duas datas dependem muito de quando você começa a contar. Pra mim, o ano novo deveria ser individual, cada um comemora seu ano novo no dia do aniversário, afinal é quando o MEU ano vira. E o aniversário, sei lá, você escolhe sabe? 21 anos e um mês.

Sem contar que, no dia em que você completa anos, aquelas pessoas que você nunca vê, simplesmente pela obrigação de desejar tudo de bom, te ligam como se falassem com você pelo menos uma vez por semana.

Tudo bem, tudo bem, hoje já não ligo mais pra tudo isso, mesmo porque, não faz mais diferença.
Mas todo ano, quando vem chegando o meu aniversário eu paro pra pensar em tudo isso, nessa coisa que não tem significado nenhum. Ou pelo menos o significado que as pessoas dão a este evento.

Pra mim, aniversário tem que ser comemorado ao lado das pessoas que realmente importam e que se importam.
Por isso, domingo, não tentem me achar em casa. Estarei ao lado das duas pessoas mais importantes da minha vida.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Opiniões de uma "mera estagiária"

Era um salão grande, com pé direito alto, lustres imponentes e muitas cadeiras pretas.
Antes do início do evento a falta de pessoas tornava o lugar um tanto triste; só não mais triste por causa da luz solar que penetrava no ambiente pelas grandes janelas de vidro do prédio, que iam do chão ao teto.
Pensei que, se este evento fosse a noite, a impressão que teria não seria de um lugar triste, porém assombrado.
A medida que as pessoas iam chegando, pude perceber conversas animadas, sobre os mais diversos temas.
Ora, não estava lá para ouvir conversas sobre motos ou sobre a sinopse de hoje da novela. Me encontrava lá para acompanhar um evento político.
Nos embalos da campanha eleitoral, o Movimento Voto Consciente promoveu, na Câmara Municipal de São Paulo um evento para divulgar o balanço eleitoral que fora feito por eles.
Voltando a falar sobre os presentes, que em sua maioria eram senhoras que fazem parte do Movimento e alguns jornalistas, não faziam volume suficiente para ocupar os 300 e tantos lugares que o salão disponibilizava.
Nunca fui uma pessoa muito ligada ao meio político. Sempre soube o que a maioria sabia.
Hoje, trabalhando diretamente com política (ou melhor, para um político) posso dizer que entendo, com um pouco mais de aprofundamento, o que acontece dentro de uma das maiores casas legislativas do país.
Sinceramente, não me orgulho muito do que vejo, e conhecendo, como conheci, políticos, seus assessores e até um futuro político, não crio esperanças de melhora na imagem que temos dos "donos do poder".
Mas enfim, voltemos ao evento.
Amália Silas, a vice-coordenadora do Voto Consciente apresentou Sônia Barbosa, coordenadora, que, primeiramente, agradeceu às pessoas da Câmara que cederam o espaço a ela.
Depois começou a discursar sobre a atuação do Voto Consciente na Câmara Municipal e explicou também os critérios de avaliação para o balanço feito por eles.
Não vou me prender a todos os detalhes mas, no geral, a avaliação deles não foi a melhor possível.
Mesmo trabalhando hoje com políticos, não há muito o que discordar. Muitas pessoas que sabem o que faço, me procuram e "metem o pau" nos vereadores como se eu tivesse alguma culpa.
E, a partir daí eu chego a conclusão de que, se brigam comigo, que sou (como dizem por lá) uma "mera estagiária", a política está longe de mudar, afinal, o que eu tenho a ver com a falcatrua que se arma no circo onde trabalho?

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Sobre o dia dos pais

Acordei no domingo como se fosse mais um domingo qualquer.
Minha mãe me lembrou que tínhamos um compromisso, não era bem um compromisso, mas eu tinha que criar coragem e levantar da minha cama quentinha e me trocar o mais rápido possível.
Eu, ela e minha irmã fomos comemorar o dia dos pais tomando café-da-manhã no Velhão, um restaurante na Serra da Cantareira.
Fizemos a mesma coisa no dia das mães, só que chegamos mais cedo e quase morremos para conseguir um lugarzinho sequer.

Não sei se é porque estava frio, mas neste domingo o restaurante estava bem mais vazio do que no segundo domingo de maio.
Rimos da situação, mas depois, parando para pensar, achei impressionante como as pessoas dão bem mais valor às mães do que aos pais. Não que a mãe não seja importante, ela é, e muito. Mas a figura paterna também tem um papel importante, tão importante quando o papel materno.
Vai ver eu penso desta forma hoje porque não tenho mais meu pai ao meu lado, mas é algo a se pensar.
No domingo "das mães" as churrascarias têm filas enormes, esperas que chegam a durar três horas.
No domingo "dos pais" também têm, mas não nesta proporção.

Hoje, comemoro o segundo domingo de agosto com muito mais ânimo do que há dois anos atrás, talvez seja para lembrar as pessoas que ainda têm um pai, para curtirem cada momento, cada segundo, porque aquele momento, aquele segundo, será único.