sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

I'll never find a love like this...

Abro a porta de casa.
Todos os dias é a mesma coisa, você vem, correndo, abanando seu rabinho enrolado. Eu sei que todos dizem que você não sabe sorrir, mas todas as vezes, quando aquela porta abre eu vejo um sorriso nos seus lábios.
Acho engraçada essa sua mania de latir para os aviões, para os pássaros e para os motoqueiros.
Adoro quando você vem me dar bom dia no banheiro, mesmo quando eu estou de mau-humor.
Se você soubesse falar a língua dos humanos, hum, acho que eu estaria perdida. Todos os meus segredos seriam revelados.


E você, que quando sobe as escadas e não consegue subir fica miando, pedindo para eu ir te buscar.
Admiro sua habilidade de andar pela casa sem enxergar, de saber onde cada coisa se encontra.
Sua forma de mostrar que gosta de algo é assustadora para algumas pessoas, mas para mim não.
Foram 16 anos juntas. Quase 17, e você também, sabendo de todos os meus segredos, acompanhando todas as passagens da minha vida, nos bons e nos maus momentos.
E pensar que tem gente que não gosta de bichos.
Quando você grita eles não se magoam, quando você precisa eles estão ali, quando você chega eles vem, como se você fosse a pessoa mais importante do mundo.

E agora?
Quem vai correr pra me dar oi quando eu chegar, quem vai deitar do meu lado até eu dormir, quem vai me pedir comida insistentemente mesmo sabendo que não vai ganhar nada? Quem vai latir toda vez que ouvir alguém na porta? Quem vai vir até o sofá miando, pedindo um carinho?

Dói, uma dor que tira toda a vontade de viver.
Mas eu estou em pé. Estou em pé por causa desse amor imensurável que eu sinto.

Saudades eternas.